Mauro Cid é preso em término de depoimento sobre vazamento de áudio onde critica Alexandre de Moraes
Tensão e Controvérsia no Depoimento de Mauro Cid ao STF
Mauro Cid, figura central nas investigações sobre uma possível tentativa de golpe e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso imediatamente após seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 22 de março de 2024. Sua detenção ocorreu em meio a um cenário já carregado de tensão, intensificado por áudios vazados que revelam suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes e à Polícia Federal (PF).
Segundo a revista “Veja”, os áudios indicam que Cid teria expressado frustração com o processo de interrogatório. “Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, teria afirmado Cid, denunciando o que ele percebe como uma tentativa dos investigadores de forçá-lo a confirmar uma narrativa pré-estabelecida. “Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, só que eu confirmasse a narrativa deles”, acrescentou o militar em conversa com um amigo.
Além disso, Cid fez considerações contundentes sobre a conduta do ministro Alexandre de Moraes, sugerindo que o magistrado já teria uma decisão predeterminada: “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta”, afirmou, conforme reportado pela “Veja”.
Estas declarações vieram à tona após o último depoimento de Cid à PF, em 11 de março, e lançam uma luz sobre a complexidade e a tensão que envolvem as investigações em curso. Mauro Cid, peça-chave nas apurações relacionadas à conduta do ex-presidente Bolsonaro e de seus aliados, teve seu acordo de delação premiada homologado pelo STF em 9 de setembro de 2023, um documento ainda mantido sob sigilo.
Após cerca de 1h30 de audiência de confirmação dos termos da colaboração premiada, um mandado de prisão preventiva expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes foi cumprido contra Cid por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça. O ex-ajudante de ordens foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) pela PF, marcando mais um capítulo na série de eventos que continuam a agitar o cenário político e judicial do país.
A prisão de Mauro Cid, logo após expressar suas críticas e preocupações em áudios privados, reitera a atmosfera de incerteza e disputa que permeia as investigações sobre os eventos políticos recentes no Brasil. Com sete depoimentos já prestados à PF, o último dos quais durando aproximadamente oito horas, o papel de Cid nas investigações e o desenvolvimento subsequente dos processos judiciais permanecem de grande interesse público e especulação.
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